um patife é sempre um bom elemento nesta sincronia, vida e pensamento, bondade e bom carácter. adão foi supostamente o primeiro homem a pecar. pedro foi o primeiro...
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
FICO DESFOCADO SEM AMOR, NO FIM FUI PRESO
ontem senti-me
desfocado
estranha sensação
de não reconhecer
quando me chamam
eu desfoco
quando estou sem amar
perco o meu nome
nos caminhos da memória
para que é que queremos um nome se não temos um amor
que nos chame
estou desfocado se não amo
estou sem identidade
se não tenho-a ao pé de mim
ontem foi um dia
cinzento
com o céu salpicado
a pincel em gestos
de aguarelas
o meu retrato
imóvel que o espelho
me dá de mim
deixa-me embriagado de saudades
desfoco sem a nitidez que já fui
estou a ser difuso
estou a ficar difuso
um homem sem amor é disfuso
é claridade num clarão de luz
e o homem precisa de um tom negro
para ai se refugiar e perceber
que quando ela passa
ela é cheia de graça
não canto jobim, eu conto jobim
porque ele era um grande difuso
desfocado
quando elas passam
e elas continuam a passar diante de nós
ontem fiquei desfocado
serei eu, ali ? a caminhar ? a perguntar ao policia
para que direcção fica o amor ?
insisto, sabe se há um meio de transporte mais rápido para o amor ?
ele vira-se, ó seu filho da puta
está a gozar com as forças da autoridade
e eu pergunto, força da autoridade, dada por quem ?
se nem sequer sabe onde fica ou como vou para amor ?
por isso não tem autoridade sobre nada ó seu palhaço de chapéu esquesito
está preso seu imbecil louco...
ainda respondo, de louco sou pouco, a não ser insistir olhar para as coisas
para além da epiderme dessas mesmas coisas e sabemos que a pele tem óleo por isso ela
desfoca o olhar que nós temos perante todas as coisas...
(verso do falso poeta Policarpo)
AMAR É QUEIMAR, EU ESTOU EM COMBUSTÃO AZUL
de ti
os olhos não se cansam de te percorrer
de te decifrar
cada contorno do teu corpo
é um mapa de epiderme
de sensações, de gritos soltos
ao ar, gritos inaudíveis aos que não amam, não foram ou não tem amantes
eu olho -te e ao mesmo tempo
que te observo estou a escutar o que o teu corpo diz em palavras quietas e inobservadas
quando mexes os ombros estás a abraçar me
quando cruzas as pernas, estás a prender me no teu ventre
é sinal que o teu corpo balança na tesão
que eu te provoco quando alinho palavras em mania de poeta
e tu tens tesão pelos poetas e pelos da música
eu desenho o teu corpo
a lápis de granito azul
e é neste tom que o teu corpo está retratado nesta foto
o teu corpo está em azul, porque eu ardo quando te vejo
e dentro da chama do fogo
há sempre um azul no epicentro da intensa chama que arde
eu estou arder
sou total combustão enquanto me apaixono por ti
não vou virar cinzas
porque eu sou duro e nesta rigidez eu salto contigo
para uma quantidade infinita de um lençol branco no motel em cácia
e nós vamos ficar em labaredas descontroladas
a cada beijo que eu provo e que degusto ao paladar
somos os dois fogo
tenho nome de pau, rigidez de pedra no masculino
tu tens apelido de fósforo
e quando raspas em mim o teu corpo
está feito a pirotecnia
somos tesão
fogo e clarão, labaredas amarelas com centro azul
onde toco, onde me dispo e mnergulho
quero lá saber se me queimo
o que é a vida senão tentativas para nos incendiarmos
de prazer, de amor
descansa hoje não puxo esse fio preto que eu fiz
com os dedos pretos de tanto esfregar
a tua foto
os olhos não se cansam de te percorrer
de te decifrar
cada contorno do teu corpo
é um mapa de epiderme
de sensações, de gritos soltos
ao ar, gritos inaudíveis aos que não amam, não foram ou não tem amantes
eu olho -te e ao mesmo tempo
que te observo estou a escutar o que o teu corpo diz em palavras quietas e inobservadas
quando mexes os ombros estás a abraçar me
quando cruzas as pernas, estás a prender me no teu ventre
é sinal que o teu corpo balança na tesão
que eu te provoco quando alinho palavras em mania de poeta
e tu tens tesão pelos poetas e pelos da música
eu desenho o teu corpo
a lápis de granito azul
e é neste tom que o teu corpo está retratado nesta foto
o teu corpo está em azul, porque eu ardo quando te vejo
e dentro da chama do fogo
há sempre um azul no epicentro da intensa chama que arde
eu estou arder
sou total combustão enquanto me apaixono por ti
não vou virar cinzas
porque eu sou duro e nesta rigidez eu salto contigo
para uma quantidade infinita de um lençol branco no motel em cácia
e nós vamos ficar em labaredas descontroladas
a cada beijo que eu provo e que degusto ao paladar
somos os dois fogo
tenho nome de pau, rigidez de pedra no masculino
tu tens apelido de fósforo
e quando raspas em mim o teu corpo
está feito a pirotecnia
somos tesão
fogo e clarão, labaredas amarelas com centro azul
onde toco, onde me dispo e mnergulho
quero lá saber se me queimo
o que é a vida senão tentativas para nos incendiarmos
de prazer, de amor
descansa hoje não puxo esse fio preto que eu fiz
com os dedos pretos de tanto esfregar
a tua foto
sábado, 28 de janeiro de 2012
A INCLINAÇÃO DA RUA E A TESÃO PELAS COISAS
quando percorro
aquelas ruas
elas inclinam
ao meu passo
ténue tentativa
para me derrubar
para testar será ele frágil ?
sinto uma fragrância
no ar com folhas secas de jasmine
o normal seria
fechar os olhos e inspirar
até ter todo o cerebro
ocupado com aquele aroma
mas, quando escrevo
troco a ordem sequencial das coisas
sinto tudo como se estivesse
perante uma sinfonia
então naquela esquina que conheço
a rua começa a inclinar para baixo
e faz uma volta de 60 graus à esquerda
vou quase ao chão
mas, consigo me agarrar ao poste de luz que continua erecto
nunca percebi porque estes postes de luzes, tem velas gigantescas a
iluminar tudo ao contrário das lâmpadas de leds
mas, como me deixo tocar pela fragrância ?
abro os olhos e fecho as narinas
e a fragrância ganha dimensão e corpo...
parece que a cada bafo que inspiro naquela rua
lhe desenho no corpo seios pequenos e firmes
e quando estou quase embriagado
estrago a pintura na vulva e sai tudo sem nitidez
sem cor escura, fica tudo claro, sem preto
é nesta fase que a fragrância perde
a nitidez das minhas sensações
e começo a tocar no corpo
e não lhe desenho mais curvas ou tesões ou intenções
já não quero saber...
para mim
quero percorrer as ruas que se inclinam quando eu passo
elas me testam
elas arranham a banalidade das ruas iguais para todos os outros, sujas e meramente ruas
sem nenhuma outra função do que ser apenas rua...
eu faço questão que estas ruas se inclinem
que me façam despertar para o sentir
quero sentir fragrâncias e ficar em teste enquanto abro os olhos
e vejo o que me rodeia
não me incomoda ficar embriagado
para os outros vinho lhes satisfaz
para mim, as palavras alinhados em poesias
que sangram porque são fortes,
o toque doido que cada epiderme dos dedos possui
não preciso de mapas para percorrer o corpo
eu sei bem como e o que fazer
e mais importante de tudo
não intercalo coito com juízo e com banalidade
cruzo foda com poesia com atrevimento em rasgar e em bater
o sentir está sempre
onde menos se espera
a tesão do artesão que molda em barro uma estátua
é perder a noção das mãos elas são autonomas
e elas contornam o barro e ele molda em contornos esguios
tudo é em sequência
recuso me
a uma coisa
perder a noção de viver
de ir mais longe
nos sentidos que o nosso corpo nos permite
e que a imaginação decifra
e constroi
já tive tudo ?
sim !
dezenas ?
sim !
mas, não, não tive tudo !
não te tive a ti
o corpo inclina
só vejo a perspectiva
dos seios
de barro
pequenos
discretos
com toque de seda
não basta.
nada basta !
para morrer.
basta, bastar !
sou mais um bastardo
que sente
que quer
que morde
que escreve
não obrigado.
não aceito reduzir as coisas ao banal
aquelas ruas
elas inclinam
ao meu passo
ténue tentativa
para me derrubar
para testar será ele frágil ?
sinto uma fragrância
no ar com folhas secas de jasmine
o normal seria
fechar os olhos e inspirar
até ter todo o cerebro
ocupado com aquele aroma
mas, quando escrevo
troco a ordem sequencial das coisas
sinto tudo como se estivesse
perante uma sinfonia
então naquela esquina que conheço
a rua começa a inclinar para baixo
e faz uma volta de 60 graus à esquerda
vou quase ao chão
mas, consigo me agarrar ao poste de luz que continua erecto
nunca percebi porque estes postes de luzes, tem velas gigantescas a
iluminar tudo ao contrário das lâmpadas de leds
mas, como me deixo tocar pela fragrância ?
abro os olhos e fecho as narinas
e a fragrância ganha dimensão e corpo...
parece que a cada bafo que inspiro naquela rua
lhe desenho no corpo seios pequenos e firmes
e quando estou quase embriagado
estrago a pintura na vulva e sai tudo sem nitidez
sem cor escura, fica tudo claro, sem preto
é nesta fase que a fragrância perde
a nitidez das minhas sensações
e começo a tocar no corpo
e não lhe desenho mais curvas ou tesões ou intenções
já não quero saber...
para mim
quero percorrer as ruas que se inclinam quando eu passo
elas me testam
elas arranham a banalidade das ruas iguais para todos os outros, sujas e meramente ruas
sem nenhuma outra função do que ser apenas rua...
eu faço questão que estas ruas se inclinem
que me façam despertar para o sentir
quero sentir fragrâncias e ficar em teste enquanto abro os olhos
e vejo o que me rodeia
não me incomoda ficar embriagado
para os outros vinho lhes satisfaz
para mim, as palavras alinhados em poesias
que sangram porque são fortes,
o toque doido que cada epiderme dos dedos possui
não preciso de mapas para percorrer o corpo
eu sei bem como e o que fazer
não intercalo coito com juízo e com banalidade
cruzo foda com poesia com atrevimento em rasgar e em bater
o sentir está sempre
onde menos se espera
a tesão do artesão que molda em barro uma estátua
é perder a noção das mãos elas são autonomas
e elas contornam o barro e ele molda em contornos esguios
tudo é em sequência
recuso me
a uma coisa
perder a noção de viver
de ir mais longe
nos sentidos que o nosso corpo nos permite
e que a imaginação decifra
e constroi
já tive tudo ?
sim !
dezenas ?
sim !
mas, não, não tive tudo !
não te tive a ti
o corpo inclina
só vejo a perspectiva
dos seios
de barro
pequenos
discretos
com toque de seda
não basta.
nada basta !
para morrer.
basta, bastar !
sou mais um bastardo
que sente
que quer
que morde
que escreve
não obrigado.
não aceito reduzir as coisas ao banal
QUAL A DIFERENÇA DO MAR DE JUNHO ? joão Miguel Fernandes Jorge
o que se passa com o mar de junho ?
estou à sua beira
nada de novo anotar
a não ser a monotomia de ser mar
porque ser mar é ser insípido, é ser continuado no mesmo em si e consigo
porque é que o mar de junho
é diferente do mar de janeiro ?
sei que o é, sinto que o é quando lá estou à sua beira
e é diferente na observação e no hálito
é diferente no intuito que nos abeiramos desse mar em junho e em janeiro
em junho estamos a um passo
de iniciar uma orgia de lazer
em janeiro estamos a encerrar as
portas da nossa percepção do mundo
o frio modifica a tranquilidade com que observo o mar
no quente embalo-me numa contemplação d
e repetição de movimento
no acidente da rebentação das ondas
que procuram beijar de modo ordinário a areia
saltam os salpicos da água
estremecem na minha pele quente
um livro cai-me da prateleira e
cruza o meu caminho
"à beira do mar de junho"
escrito por um grande poeta,
João Miguel Fernandes Jorge
brilhante
o que será feito de alguns livros
que não tenham a estima de algumas pessoas
os livros morrem de solidão e de secura
sem serem incomodados no seu estado imutável
"... que nenhuma coisa
nem a fuga da ave
nem as ofertas do ouro
nem a morte
descanse os teus lábios...."
falta-me só o último nome dela
mesmo ai, tiro-lhe parecenças
com os crustáceos que descansam ao sol brando
um bem haja,
verso escrito ao reverso e que neles
digam, joão miguel fernandes jorge,
tú sabes beijar as
palavras para elas te serem doces
e meigas quando as utilizas
estou à sua beira
nada de novo anotar
a não ser a monotomia de ser mar
porque ser mar é ser insípido, é ser continuado no mesmo em si e consigo
porque é que o mar de junho
é diferente do mar de janeiro ?
sei que o é, sinto que o é quando lá estou à sua beira
e é diferente na observação e no hálito
é diferente no intuito que nos abeiramos desse mar em junho e em janeiro
em junho estamos a um passo
de iniciar uma orgia de lazer
em janeiro estamos a encerrar as
portas da nossa percepção do mundo
o frio modifica a tranquilidade com que observo o mar
no quente embalo-me numa contemplação d
e repetição de movimento
no acidente da rebentação das ondas
que procuram beijar de modo ordinário a areia
saltam os salpicos da água
estremecem na minha pele quente
um livro cai-me da prateleira e
cruza o meu caminho
"à beira do mar de junho"
escrito por um grande poeta,
João Miguel Fernandes Jorge
brilhante
o que será feito de alguns livros
que não tenham a estima de algumas pessoas
os livros morrem de solidão e de secura
sem serem incomodados no seu estado imutável
"... que nenhuma coisa
nem a fuga da ave
nem as ofertas do ouro
nem a morte
descanse os teus lábios...."
falta-me só o último nome dela
mesmo ai, tiro-lhe parecenças
com os crustáceos que descansam ao sol brando
um bem haja,
verso escrito ao reverso e que neles
digam, joão miguel fernandes jorge,
tú sabes beijar as
palavras para elas te serem doces
e meigas quando as utilizas
domingo, 22 de janeiro de 2012
A VOZ DO POETA VIVO OU A PALAVRA DO POETA MORTO
a voz do poeta receia ser exposta ao embaraço
de ficar revelada a sua nudez
perante as mulheres que ele quer cobrir em coito frenético
por isso o timbre treme
no sotaque do poeta policarpo
quando a voz pergunta
o que vale um poeta morto ? para que serve um poeta vivo ?
ele sabe que os poetas são capazes
de sequências de sonhos perfeitos
eles são arquitectos do que é perfeito no desejo
o poeta cultiva palavras na terra fértil das mulheres
de além não, sem sistema de rega ou fertilizantes químicos
pela voz do poeta as mulheres são desenhos
cubistas de picasso ou braque
elas são entidades de traições possíveis multiplicadas e subtraídas
à oportunidade
o sorriso delas desmaia no rosto recto
quando se fala em trair
a voz de policarpo está embaraçada
continua destinado ao embaraço da vergonha
quem gosta de assumir a nudez coberta de escamas e gordura
perante as mulheres em cio
a voz do poeta é a melodia que canta esperança
perante todas elas
policarpo é o poeta das mulheres, ele quer estar longe delas
porque sabe que se queima quando está perto
os poetas mortos verbalizam sempre verbo perfeito
e intocável, eles são apenas palavra
os poetas vivos desafiam o branco
desconfiam do que é possível,
que a voz é capaz de motivar quem lê
vale sempre mais as palavras de quem morre
do que as vozes ditas de quem vive
o poeta quer a palavra aprimorada
abre a tampa das palavras e fornece
contéudo de pensar e sentir as coisas
o poeta que fala nas coisas, como algo tão claro
é o grande poeta
porque de facto existem as coisas
as coisas nos rodeiam
e o poeta sabe
de ficar revelada a sua nudez
perante as mulheres que ele quer cobrir em coito frenético
por isso o timbre treme
no sotaque do poeta policarpo
quando a voz pergunta
o que vale um poeta morto ? para que serve um poeta vivo ?
ele sabe que os poetas são capazes
de sequências de sonhos perfeitos
eles são arquitectos do que é perfeito no desejo
o poeta cultiva palavras na terra fértil das mulheres
de além não, sem sistema de rega ou fertilizantes químicos
pela voz do poeta as mulheres são desenhos
cubistas de picasso ou braque
elas são entidades de traições possíveis multiplicadas e subtraídas
à oportunidade
o sorriso delas desmaia no rosto recto
quando se fala em trair
a voz de policarpo está embaraçada
continua destinado ao embaraço da vergonha
quem gosta de assumir a nudez coberta de escamas e gordura
perante as mulheres em cio
a voz do poeta é a melodia que canta esperança
perante todas elas
policarpo é o poeta das mulheres, ele quer estar longe delas
porque sabe que se queima quando está perto
os poetas mortos verbalizam sempre verbo perfeito
e intocável, eles são apenas palavra
os poetas vivos desafiam o branco
desconfiam do que é possível,
que a voz é capaz de motivar quem lê
vale sempre mais as palavras de quem morre
do que as vozes ditas de quem vive
o poeta quer a palavra aprimorada
abre a tampa das palavras e fornece
contéudo de pensar e sentir as coisas
o poeta que fala nas coisas, como algo tão claro
é o grande poeta
porque de facto existem as coisas
as coisas nos rodeiam
e o poeta sabe
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
CAIO EM BAIXO MAS NO CHÃO FICO EM FORMATO DE PÉ
caio
não de mim
mas,
caio em mim
calculo a queda
com algarismos
inversos
a profundidade
do espaço a cair
assusta
ameaça
de lugar impossivel
de lugar a chegar
com forte desejo
sentimentos de contradição
tenho a
permissão de queda
eu vou em pleno voo picado a descer
coisa inédita
de quem supostamente voa
estou em aparência quieto
mas, visto ao pormenor estou em suave movimento
caio, até posso cair, caio de certeza
mas, quando no chão tocar
estou em formato de pé, formato de homem
o carácter do individuo
é avaliado pelo modo como cai
como se entende com o chão
em formato de pé, formato encolhido, formato distorcido
a esperança é plantada em
época de solo fértil de primavera
esta é a época de plantar
tenho sempre a impressão
que ao fundo no fim da suposta
queda
ela, está lá ela
depois de cair
o sinal de trânsito diz que é obrigatório
levantar e prosseguir
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
RITA, VULTO ESCURO DENUNCIADO EM COMPARTIMENTO QUE ESCONDE LUZ DE NOITE
os vultos tem precalços
envolvidos em tons escuros
criam de si a imagem bizarra
é de noite, horas marcadas as 4 da noite
que os vultos optam pelo sexo fácil
ela sabia que tinha um vulto pomposo
farto cabelo negro
olhos que dizem que se despem com muita facilidade
rita, sequência de palavras que chamam
este vulto com dois fartos seios cheios
com farto cabelo
dos lábios suspenso um charuto com utilidade de charuto por isso fuma
rita fuma
rita é um vulto que à noite
emerge do negro da noite pintada em tons escuros
ela é a dor que haja quem queira ter
morde -me, suspende-me nesses lábios fartos
tu és farta rita
rita, sim, rita
sombrios são os espaços que reside luz
escondida em brilho ofusco
rembrandt e vermeer recortam sombras e luzes de morte anunciada
em valorizadas pinturas de desinteressantes episódios de quotidiano
no ambíguo escuro dos espaços de uma casa
os vultos diluem-se em cores
no compartimento onde reside luz ao abrir
a anca dela está recortada
rita, rita tem a anca recortada pelo ocaso banal e inevitável
o vulto percorre escuro que a noite derrama por todos
e abre, do espaço aberto
emite a luz que define o perfil
a tesão recorta as formas da anca de rita, dos fartos lábios
dos fartos cabelos, dos fartos dentes que mordem
rita, feroz, farta, farta de si e em si
INSTANTE ONDE O MAR DA SÉTIMA LEGIÃO PAROU
homenagem aos sétima legião
e aos sete mares !
dei nome aquele mar
que me rodeia nas margens
dei passos sobre a água
superfície rija ao olhar de quem o olha de perfil
e a água parece ser sempre o que não é
o mar é sempre diferente do que nos revela de perfil
de tranquilo fica inquietante de tanta ferocidade
de temperatura agradável, revela-se gélido
de banhos desmaiados
o temperamento feroz engole, abraça e mata
mar, mar de água , que para quê sal ?
até nisso ele é o que não aparenta na fotografia
movimento perpetuo
vai e vêm constante e incansável
no mar aqui mais abaixo
naquele instante descrito como ilusão
olhei e numa visão inobservada impossível de se ver
o mar parou
tranquilo
quieto
a água ficou líquida
temperamento dócil de quem nos acarinha
sem sal
este sal naquele impossível instante de mar inobservado
não era salgado
era doce
coisas estranhas
e aos sete mares !
dei nome aquele mar
que me rodeia nas margens
dei passos sobre a água
superfície rija ao olhar de quem o olha de perfil
e a água parece ser sempre o que não é
o mar é sempre diferente do que nos revela de perfil
de tranquilo fica inquietante de tanta ferocidade
de temperatura agradável, revela-se gélido
de banhos desmaiados
o temperamento feroz engole, abraça e mata
mar, mar de água , que para quê sal ?
até nisso ele é o que não aparenta na fotografia
movimento perpetuo
vai e vêm constante e incansável
no mar aqui mais abaixo
naquele instante descrito como ilusão
olhei e numa visão inobservada impossível de se ver
o mar parou
tranquilo
quieto
a água ficou líquida
temperamento dócil de quem nos acarinha
sem sal
este sal naquele impossível instante de mar inobservado
não era salgado
era doce
coisas estranhas
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
JORGE LUIS BORGES CONTA QUANTAS HISTÓRIAS SE CONTAM
JORGE LUIS BORGES
DIZIA QUE TODO O ESCRITOR TERIA APENAS 4 TEMAS DE HISTÓRIAS PARA CONTAR
1- AMOR ENTRE DUAS PARTES
2- AMOR ENTRE TRÊS PARTES
3- BUSCA PELO PODER
4- UMA VIAGEM
INTERESSANTE PONTO DE VISTA.....
sábado, 7 de janeiro de 2012
A EPIFANIA DO PATIFE ( UM NOVO ZARATUSTRA)
soa a mesma cantilena
nesta tarde
outrora cantada em uníssono
pelos patifes de estrada
vou dizimar
quem passa com ar de insolente e de não educado
o timbre das cantilenas
soam como riscos de pedra a soar pedra mármore negra
os patifes são aldrabões do que é mediocre
tudo fazem para escapar da mediocridade
são salteadores de estrada
acercam mulheres casadas
descontentes e distantes
com os que estão lá todos os dias à noite..
um patife é uma versão do filosofo
zaratustra
este filosofo errante de nietzsche
andava pelas montanhas a anunciar
a morte de deus
a eloquência dos macacos
a vinda de um novo homem
do super homem
o patife profeta
restitui a esperança
a quem está reduzido ao mínimo
do que espera do amor daqueles que estão lado a lado
todos os dias
anuncia este patife
que o amor é para ser pleno
que o amor é para ser intenso e devastador
que o amor não está na pele
está no sentir dentro
está para vir um novo amar
"pós amor" eis a epifania
que o patife teve
nesta epifania de claridade
o "pós amor"
são a metamorfose
das pessoas em estado de vidro
à clareza da visão
à superficie que escorrega em sim
à fragilidade que os sentimentos são
ao tratamento delicado que se faz com o vidro
ao mesmo tempo a intensidade
de estilhaçar vidro se isso
for a forma de sentir pleno de ter a tesão que faz sentir
o patife, ladrão de estrada
reclama para si
o anuncio desta epifania
está a chegar a época do "pós amor"
onde o que interessa não são os padrões
nem os moralismos
interessa a intensidade
interessa
a metamorfose em estado de vidro
frágil, inquebrável
transparente, deslizante
claro e duro
nesta tarde
outrora cantada em uníssono
pelos patifes de estrada
vou dizimar
quem passa com ar de insolente e de não educado
o timbre das cantilenas
soam como riscos de pedra a soar pedra mármore negra
os patifes são aldrabões do que é mediocre
tudo fazem para escapar da mediocridade
são salteadores de estrada
acercam mulheres casadas
descontentes e distantes
com os que estão lá todos os dias à noite..
um patife é uma versão do filosofo
zaratustra
este filosofo errante de nietzsche
andava pelas montanhas a anunciar
a morte de deus
a eloquência dos macacos
a vinda de um novo homem
do super homem
o patife profeta
restitui a esperança
a quem está reduzido ao mínimo
do que espera do amor daqueles que estão lado a lado
todos os dias
anuncia este patife
que o amor é para ser pleno
que o amor é para ser intenso e devastador
que o amor não está na pele
está no sentir dentro
está para vir um novo amar
"pós amor" eis a epifania
que o patife teve
nesta epifania de claridade
o "pós amor"
são a metamorfose
das pessoas em estado de vidro
à clareza da visão
à superficie que escorrega em sim
à fragilidade que os sentimentos são
ao tratamento delicado que se faz com o vidro
ao mesmo tempo a intensidade
de estilhaçar vidro se isso
for a forma de sentir pleno de ter a tesão que faz sentir
o patife, ladrão de estrada
reclama para si
o anuncio desta epifania
está a chegar a época do "pós amor"
onde o que interessa não são os padrões
nem os moralismos
interessa a intensidade
interessa
a metamorfose em estado de vidro
frágil, inquebrável
transparente, deslizante
claro e duro
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
RIGOROSAS BRANCAS COM SALPICOS DE AMARELOS
consequência
da ordem perfeita
voz de dor
que soletra a palavra
o rigor do branco
pintado em amarelo
inverso
amarelo salpicado
em branco de sensualidade
sublime na imagem
sentada
a bota militar de tão
feminina
desobedeço
ao silêncio
que a bota
em sequência
com a meia
de liga branca
me diz, me manda
chega de ouvir-mos vozes
moralistas e de padrões
de comportamentos
levanto-me e estico
até à ordem que não volta
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
O AMOR TEM VÁRIAS FORMAS COMO A ÁGUA
segue
a água que desce
tecido de água
que desaparece
entre as mãos
estranha incapacidade
das mãos
em segurar
água
ana, o teu amor é água
liquída
ele escapa entre os dedos
mas, sei como te transformar
em sólido
retiro te a lingerie
que trazes hoje
sei qual a sua cor
água, azul, claro
sentas-te a meu lado
para escrever poesia
e em verso articulado
e em sequência
a alma solta-se
e a vida
ganha cor e edifício grande
e sólido
eu
depois da poesia
que ganhou edifício e por isso imponência
a seguir rasgo te a lingerie
que vestes
não há poesia sem se usar na parte final
o amor que ergue-se e que treme
a água tem várias formas de se guardar na mão
liquída e foragida
sólida e com forma
SIM, PASSA POR ESSA PORTA, ANDA !
sim
tú
parece estranho ir directo a ti
que me lês pela primeira vez
atravessa
anda dai..
sai dessa tua vida de imobilidade e de banalidade
entra por esta porta
convido-te a vir
não custa
endireitar o corpo erecto
puxar perna para trás e outra para a frente
e deixa -te ir na cadência
nós queremos sempre passar por todas as portas que vemos
é uma tendência inata
de toda a coisa que existe e sente
passar pela porta
entrar noutra divisão
da casa grande que é o mundo
sim, tu
podes vir
isso
caminha para mim
está quase....
vai, vai, segue-te a ti
os passos descompassados atrapalham mas, avançam para dentro da porta
sente a cadência
da tua respiração da tua emoção
estar vivo é bom
enquanto dás passos conquistas o teu sonho de ser feliz
e de ver coisas novas
depois desta porta
está a nossa oportunidade
eu já lá passei..
adoro portas
andei horas e horas para lá chegar
e sim,
passei nessa porta da fotografia
agora é a tua vez...
vai dentro
este é o chão
de pedras em puzzle
que nos fizeram
só para nós passarmos
também passas por aqui
eu sei
sim
tu
pisa a estrada que é tua
destas pedras minuciosas
com centenas e centenas de anos
neste espaço
há portas
há morte
há estradas feitas
em arte e sangue diluído
no suor da testa
de quem carregou estas
pedras
que fez a porta
que fez a estrada
estás quase a conquistar te
a ti
e a sair
da banalidade
que nos arrasta
e nos imobiliza
sim, já passaste pela porta...
vai dentro....conta os passos neste chão de pedras em puzzle
ELA DESENHA PERFIL NA QUIETUDE DA ÁGUA
singela
perdida num encontro intuitivo
adormece na superfície
de espuma líquida
sua beleza fere, rompe
rasga a apatia
de uma folha de água
transparente e molhada
olhar para ela
singela
ela
em silêncio de voto
que em verso dito bonito
é declaração de um amor daqueles que ardem ao toque na pele
silêncio sobre a água
a melodia daquele corpo esculpido a algodão doce
eu como, eu oiço enquanto devoro
o perfil do corpo
rasga a quietude
intacta de uma folha de água que tem 80 gramas
ela suaviza
enquanto desenha silêncio
do seu corpo sobre a água
a vontade é vermelha
é essa a cor que adopta quando nasce
o amor tem cor vermelha
eu trinco eu como
o que é o amor dela singela que não maçã
com doce dentro dela
com sabor que a faz ser perigo
para quem tem vontade
maçã, sempre maçã
fruta que ama que peca
vermelha, sempre vermelho
cor que dá intensidade e sumo
a paixão é a destruição
da quietude da água
quando a água é turbilhão quando ela se envolve na força que destroi
e arrasta tudo
é nesta fase que estamos água intensa, suave, liquída e meiga
tal como o amor
domingo, 1 de janeiro de 2012
GOSTO DO ESTADO FEBRIL DO AMOR
a poesia eu uso
como argamassa que bloqueia
as fendas que abrem na minha estrutura de vida
as saliências surgem por todo o lado
na certeza clara do que serve o amor ?
quanto dura o amor em alguém ?
as saliências surgem naquele muro que nós construímos e pintamos
de que sabemos quais são os nossos defeitos
e que não os podemos evitar....
mas, abre-se a saliência, ela basta-me
eu amo -a
e como fica a ideia de sempre que temos este defeito que não muda ?
a poesia fixa as rachas
dá lhe um aparente ar de resistência bonita e atraente
quanto ao amor
este ferve em mim como água em saturação de quente
conheço-o, quero-o,
não me importo de ter estados febris com o amor...
agora não me venham com o amor padrão,
com aquele amor que arrasta todas as mulheres para a infelicidade
e para a razia de sentimentos
disponho-me a arder em amor, e como ele é sublime quando se sente..
como bate forte quando ama
como ele é intenso e denso...
mas, a parceira pode ser de hoje, podemos ter esse amor naquele fragmento
do tempo das nossas vidas...
pode haver uma sincronização perfeita e com precisão do tempo suiço
e essa intensidade é um momento de amor febril e exacto naquele momento com aquela pessoa...
como também é possível o amor
em quem sabemos quem é
em quem não somos estrangeiros nesse corpo e nessa alma
e isso é sublime
não mato por amor
não !
aplico conforto à minha noção
gasto a herança a comprar alcatifa branca
e mando-a colocar nas estradas e nas ruas por onde preciso ir para ir ter com ela
e todos sabem que isto é um gratificante
gesto de amor e de tesão regada com bom gosto, com poesia
é a passagem para o amor sincronizado nesse tempo....
gostas de passar no nosso chão alcatifado da cidade ?
há melhor sincronização do que esta ?
são estas as "maravilhas da vida"
sabes que mais ?
tenho toda a colecção daqueles cromos dos anos 80
sim, aqueles com "amor é....."
são mais de 100... e decorei tudo...
e sabes que mais, queimei todos depois de ter percebido
que faltava lá um que deveria estar.... "amor é...tesão com poesia regado com chocolate e dois corpos enrolados num chão de alcatifa branca....."
nunca mais acredito no que leio sobre o amor....
porque o amor nunca é sim ou não
o amor é somente talvez
e continua a ser um lugar perigoso para viver
a rosa traduz amor e revela a dor que sangra ao toque..
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